Operação desarticula organização criminosa com atuação em AL e PE
Ação integrada da SSP prendeu, até o momento, 24 pessoas durante o cumprimento de 84 mandados de prisão, busca e apreensão.
Em uma ação integrada, a Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP) de Alagoas realiza, desde as primeiras horas da manhã desta terça-feira (21), a Operação Hermes, com o objetivo de desmantelar uma organização criminosa envolvida em tráfico de drogas, porte ilegal de armas e homicídios.
Ao todo, foram expedidos 84 mandados de prisão, busca e apreensão. Até o momento, 24 pessoas foram presas, e as equipes seguem com a operação.
De acordo com as investigações conduzidas pela Diretoria de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (DRACCO) da Polícia Civil de Alagoas, o grupo criminoso atuava em diversas cidades alagoanas, como Maceió, Rio Largo, Atalaia, Viçosa e Limoeiro de Anadia, além de Tamandaré, em Pernambuco.
As investigações, que duraram seis meses, foram realizadas em conjunto com a Polícia Militar, Polícia Penal e o Comando Aéreo de Alagoas. O secretário executivo de Gestão Interna, delegado José Carlos, destacou o impacto da operação no combate ao crime organizado.
“Essa ação reflete o comprometimento de nossas forças de segurança em garantir a tranquilidade da população. Não mediremos esforços para enfraquecer as organizações criminosas que tentam impor o medo e a violência em nosso estado”, afirmou.
Em entrevista coletiva, o chefe da Inteligência Integrada da SSP, delegado Gustavo Henrique, informou que os líderes da organização criminosa já estavam presos: um no Presídio do Agreste, em Alagoas, e outro no Presídio de Palmares, em Pernambuco.
Mesmo encarcerados, eles comandavam as atividades criminosas por meio de cartas que eram entregues às suas esposas ou companheiras. Essas mensagens continham ordens para a execução de crimes, incluindo homicídios e a organização do tráfico de drogas.
“A interceptação dessas cartas, realizada pela Polícia Penal em parceria com a SSP, foi crucial para o mapeamento das atividades e da hierarquia da organização criminosa. As cartas eram enviadas a outros presos e também a membros da organização em liberdade, determinando funções e ações, como disputas territoriais no tráfico de drogas. Essa prática deu origem ao nome da operação, ‘Hermes’, em referência ao deus mensageiro da mitologia grega”, revelou.
Entre os integrantes identificados pela operação, 14 mulheres foram apontadas como participantes ativas da organização criminosa. Com a prisão de seus companheiros, elas assumiram funções estratégicas, como a transmissão de ordens, movimentações financeiras e cobranças relacionadas ao tráfico de drogas.
“As mulheres têm recebido um protagonismo significativo no tráfico de drogas, agindo como intermediárias entre os líderes presos e as operações externas. Além disso, realizam a parte financeira e logística, consolidando suas participações nesse esquema criminoso”, explicou o diretor da DRACCO, delegado Igor Diego.
Maceió e Rio Largo
Igor Diego também destacou que os crimes praticados pela organização estavam concentrados principalmente no bairro do Bom Parto, em Maceió, e na cidade de Rio Largo, mas houve uma tentativa de expansão para o interior do estado. Essa movimentação gerou uma disputa violenta por território, resultando em homicídios ligados ao tráfico. Em Rio Largo, vários assassinatos recentes foram atribuídos à organização criminosa, agora desarticulada.
“As investigações revelaram que o grupo criminoso movimentava cerca de R$ 150 mil por mês apenas com a venda de drogas, embora o valor real possa ser ainda maior. O impacto financeiro evidencia a complexidade e a estrutura da organização”, disse.
O subcomandante da Polícia Militar, coronel Neyvaldo Amorim, enfatizou a importância da desarticulação de uma organização criminosa deste porte para a segurança pública.
“A prisão dos membros dessa organização tem um impacto direto na redução da criminalidade em nosso estado, pois eles estão envolvidos em diversos crimes graves e cometidos em Alagoas. A Segurança Pública, por meio da integração entre a Polícia Militar, a Polícia Civil, o Corpo de Bombeiros e a Polícia Científica, tem demonstrado à sociedade que nenhum crime fica impune”, concluiu. A diretora de Comunicação Social da PMAL, tenente-coronel Josiene também participou da coletiva.
A SSP reforça a importância da participação popular no combate ao crime. Denúncias podem ser realizadas anonimamente pelo Disque Denúncia 181, com garantia de sigilo absoluto.
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