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  • Santana do Ipanema, 15/11/2024
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Marcelo Ricardo Almeida

Sete palavras e um destino

Foto: Freepik
Sete palavras e um destino

O romance era a família
Cheia de filhas e filhos,
Vizinhos, brigas e fome.
O conto era uma parceria,
Um casal ao desengano;
E vivia às favas contadas.
Crônica era a passagem,
Uma servidão nas ruas
Com os temas cotidianos.
Poesia era outro papo:
Mostrava sem contar.
Ali, na rede balançando.

No convívio da escola, o sertão reinventa-se. Se os textos literários são caminhos humanizadores, o papel do aluno que lê e escreve vai mais longe.

Adotando o imperativo categórico, e não o imperativo hipotético. A priori, toda escola ensina; a posteriori, nem todo aluno aprende.

Aprende-se que o poder da fabulação é o poder cultural entre os seres humanos, considerando que os afetos da fábula estão presentes nas relações humanas. O bom na escola resiste ao emitir juízo de valor sobre a literatura.

O mau hábito é não desenvolver no aluno a capacidade de apreender, tendo como meios básicos, como se encontra na legislação, o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo. O feio ocorre ao não zelar pela aprendizagem do aluno.

Função poética da linguagem nas escolas qualifica o processo pedagógico. A escola ao motivar a leitura de texto literário, motiva-o por reconhecer que afeta, humanizando as relações humanas, a boa convivência escolar.

Importante a leitura de textos literários nas escolas em Santana; figurando-as por exemplos ao zelo às atividades de leituras de literatura, extensivos exemplos a quaisquer escolas em qualquer lugar, quanto à importância de leituras de literatura na escola. Nos Anos Finais (do 6º ao 9º), no Ensino Fundamental, há sete palavras e um destino nas escolas em Santana à leitura de literatura:

1) Literariedade que se traduz no termo da crítica formalista literaturnost, ao analisar a estrutura textual, cujo significado é o de criar estranhamento ao texto literário;

2) Conotação presente nas figuras que permitem elasticidade estética ao texto na literatura;

3) Caráter atemporal que coincide ao estilo fabulatório narrativo cuja evidência afeta as pessoas humanizando as relações humanas;

4) Ficcionalidade encontrada nas transfigurações presentes nas tramas textuais de ficção apartadas de vida real e por ela aceitas;

5) Verossimilhança (ambiguidade do que é verídico) esta é rótula indispensável ao texto ficcional, porque não há de se falar em literatura sem o sentido de verossímil na ficção;

6) Subjetividade é outro caráter do texto ficcionalizado na literatura;

7) Intertextualidade é o papel que cede à tinta para que diferentes textos ficcionais se comuniquem entre si em sintonia literária.

Em Santana, a exemplo de outros lugares, a motivação à leitura de literatura cabe aos tipos curriculares encontrados na escola. Para além da teoria do currículo, o tipo de currículo adotado é responsável por impulsionar o aluno à leitura de literatura.

O tipo formal de currículo está em consonância com uma base comum curricular; o tipo informal de currículo está em concordância com algum clube de leitura na escola ou a hora do poema. O tipo nulo coincide com advertências encaminhadas aos pais/responsável pelo aluno, referentes ao seu comportamento inadequado em aula.

Se o tipo real de currículo está em conformidade com os planos diários do professor visando atividades de aprendizagem e não de ensino; o tipo oculto de currículo está de acordo, no início do ano letivo, de o professor realizar prognóstico alegando que 50% dos alunos na disciplina reprovam, e enfatiza assim o aluno fraco e o forte. Tipos curriculares são fatores de influência ao aluno que não lê e ao aluno que lê.

Estão implícitos nessa motivação à leitura de literatura os fenômenos escolares, além dos biológicos e mesmo dos emocionais. É como se diz, o papel do aluno que lê vai mais longe.

A escola que motiva o aluno a ler é a escola que recria a pedagogia poética sertaneja; e nela assegura a história literária do município santanense com imagens de seus artistas e seus textos literários. Assim, cada uma das escolas em Santana sabendo, avizinha-se à aula tributo à poética e inaugura talvez idêntica sala em sua escola; e as escolas em Santana renovam os seus paradigmas com sete palavras e um destino: função poética nas escolas em Santana.

Letras a fabricarem palavras
tóc-tóc – portas fechadas – 
abertas estavam as páginas 

nessas desventuras dos versos livres
ou a cachaça de fazer versos 
ou ambos os ritmos ou nenhum dos dois

o poeta é o que há de infindável
ei-lo em sua poesia, o poeta mesmo 
da palavra dita.

Marcello Ricardo Almeida autor do livro (1988) A ignorância do estudante (filosofia do direito estudantil) sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente, a Construção de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. E no gênero narrativo conto "Santana em narrativa curta".



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