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  • Santana do Ipanema, 14/10/2024
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Bruno Lopes

Eduardo Bulhões e as boas-vindas à nova política santanense

Reprodução: Instagram
Eduardo Bulhões e as boas-vindas à nova política santanense Entrevista coletiva do prefeito eleito da cidade na última quarta-feira (09.10.2024)

Eduardo Bulhões é eleito e, consigo, traz um ponto importantíssimo para a cidade santanense: o ar de uma nova política.

Aos que não me conhecem, sou Bruno Lopes. Tenho 26 anos e desde os meus 14 anos “vivo” a política, indiretamente.

Meu desejo de escrever sobre política me veio, inicialmente, em 2020. Mas foi uma ideia que não dei andamento. Agora, com a eleição de Eduardo e com seu simbolismo de renovação (pela sua idade e atitudes recentes), sinto-me obrigado a acompanhar e expor minha leitura sobre a política santanense – em especial, mas também sobre as nuances da política estadual e até do país.

Saibam que sempre prezarei pela imparcialidade (isto é, ser o mais neutro possível, onde eu vejo que a análise política deve ser conduzida). Estou há mais de uma década sendo um mero espectador, então vejo que há elementos necessários para que eu prossiga com a isenção necessária. E claro: o que há de ser elogiado, será elogiado; o que há de ser criticado, terá de ser criticado também. Sem ressalvas.

Dada a breve apresentação, vamos ao que importa.

Eduardo Bulhões, até o momento, está superando as expectativas.

O outrora – apenas – quase irreconhecível neto de Dr. Isnaldo Bulhões tinha a difícil missão de vencer um desafio não tão fácil: o de ser eleito em uma cidade onde, costumeiramente, não elege pessoas “forasteiras”. Por mais que a gestão de sua tia, e atual prefeita, Crhistiane Bulhões tenha uma boa avaliação na cidade, um candidato que não vive cotidianamente em Santana tem dificuldade em obter votos majoritários para a sua eleição.

Citamos como exemplo a eleição de 2012 (a qual é a mais sintomática e explica as eleições deste ano). No fim de seu segundo mandato, Dra. Renilde Bulhões escolhe Dr. Gustavo Pontes (hoje, secretário de saúde do estado de Alagoas) como seu candidato a sucessor na prefeitura municipal. Por mais que ele já tenha serviços prestados pela sociedade santanense na área da saúde, pesava sobre ele o fato dele não ser santanense raíz. Ele nasceu, cresceu e fez carreira em Maceió. Por outro lado, tínhamos Mário Silva (outra figura importantíssima na política santanense e recém eleito ao cargo de vereador no último domingo), um professor da rede municipal da cidade, com sua famosa campanha “é o real contra o milhão” (demonstrando a disparidade financeira entre os candidatos.

O resultado, nós já sabemos: Mário Silva eleito, com 1981 votos de diferença (apesar de pouco, devemos considerar que Dr. Gustavo tinha apoio da máquina municipal a seu favor, o que torna tal diferença expressiva). As consequências, sabemos mais ainda: gestão PÉSSIMA. Enfatizo com letras garrafais, pois ele não teve a capacidade de cuidar do maior patrimônio que um município tem: o seu servidor. Meses de salários atrasados, protestos, crises internas e quebra do comércio local. Um caos.

A gestão Mário Silva se tornou um trauma na sociedade santanense e um uma virada de chave nos rumos da política local, pois recolocaria os Bulhões de volta e quem eles quisessem nomear ao cargo. Este ano ficou comprovado.

Os Bulhões voltaram ao poder, com Dr. Isnaldo, em 2016; Isnaldinho, seu filho, assume o posto de deputado federal em 2018; e Dra. Renilde consegue vaga na suplência do Senado Federal. Ou seja, houve a consolidação da família Bulhões em nossa cidade.

Com o falecimento de Dr. Isnaldo, em 2020, assume o posto sua vice (e filha) Christiane. Com a comoção social e, claro, com bons resultados da gestão, ela é reeleita prefeita e tem feito um bom trabalho até o presente momento.

Com o capital político em mãos, os Bulhões escolhem Eduardo, o até então desconhecido neto de Dr. Isnaldo. Lembro-me dos primeiros diálogos assim que o nome dele surge na cidade: “quem é esse?”; “nunca ouvi falar”; “vai ser o pau mandado dos Bulhões”.

Se vai ser, ou não, isso será outra história que veremos mais a frente. Porém, ele está dando sinais muito positivos. Primeiramente, é notória a evolução dele em poucos meses de exposição social. De comício em comício, de aparição pública em aparição pública, observa-se uma pessoa que a cada dia vem abraçando cada vez mais a causa política da família e incorporando o espírito santanense, assumindo a missão de dar continuidade ao trabalho do avô já falecido.

Devo dar uma salva de palmas ao trabalho de marketing da campanha de Eduardo, onde soube explorar – e muito bem - a relação do recém-eleito prefeito com o avô. Entretanto, é preciso saber a hora de parar, e salientar que tudo na vida satura. Creio que Eduardo, finalmente, deve deixar Dr. Isnaldo descansar em paz e não explorar mais a imagem do falecido avô. 

Como nas próprias palavras de Isnaldinho, ele foi escolhido para ser o novo líder político de Santana do Ipanema.

A entrevista coletiva de Eduardo, (chefe do poder executivo eleito) com o presidente do poder legislativo, Moacir Júnior (o Júnior do Detran), é um sinal ótimo. Há anos que não víamos transparência e diálogo direto com a sociedade e a exposição de planos para os próximos anos. Ponto muito positivo até então.


Outro fator de bom destaque é a formação de Eduardo na área administrativa, o que fará com que ele tenha decisões baseadas na sua concepção de gestor. É aí que entra a figura do seu vice-prefeito Mário do Laboratório, que será o seu contrapeso político. Na política, você pode ser um ótimo gestor e entregar diversas obras à sociedade, mas se não conseguir ter o tato político, o tato de ajuda social, você não consegue o apoio para uma futura reeleição ou sucessão. Mário será o seu "consultor" neste quesito.

Em suma, destino ao Eduardo os mais sinceros votos de uma boa gestão pelos próximos quatro anos. Temos uma cidade agradável e muito habitável, que ainda necessita ser bem explorada em diversos pontos, principalmente o lado econômico. E que ele fique atento a fazer igual ou até melhor o que seu avô e sua tia fizeram nos últimos 8 anos, pois, há 7 dias, as urnas mostraram que uma figura política na nossa cidade está perdendo as eleições, mas nunca se pode dizer que está morto politicamente; pelo contrário, saiu mais forte nestas eleições e que permanecerá sendo oposição contumaz: Edson Magalhães. 

Ele será o nosso próximo assunto.



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