Sérgio Campos

Andando pelo Sertão
Uma amostra do Canteiro da Poesia

De manhã cedo, assim que acordei, sai pelo meu sertão e na caatinga me embrenhei, por onde o dia todo eu andei. De sua enorme beleza eu desfrutei, pois, foi da Mãe Natureza que tudo isso eu herdei.
Ouvir o canto dos pássaros, a exemplo do pintas-silgo, papa-capim, galo de campina e coleirinha, trouxe à minha alma um turbilhão de alegria. Continuei a andar e daquela riqueza desfrutar, que o momento me oferecia, e muito bem à minha alma fazia.
Ao lado de uma frondosa árvore eu parei, e ali mesmo descansei, para renovar no meu corpo uma salutar energia. Era uma velha craibeira, que me amparou com firmeza, mostrando a sua beleza a qual eu faço apologia.
Ali próximo eu pude ver as flores da catingueira, olhei do lado e vi um mulungu, que trazia ainda mais beleza ao pé de mandacaru, símbolo da região sertaneja, que mostra sua firmeza, diante de todas as dificuldades, a exemplo das estiagens, que revelam tempos de muita dureza.
Nos caminhos por onde andei, lá também eu encontrei, preá, tatu-bola, cutia e camaleão, que buscavam se alimentar das frutas lá do sertão. Mas, ali mesmo estava na espreita, o carcará, esperando que algum deles desse alguma bobeira para sua carne desfrutar.
Ao voltar para a cidade, em um tradicional bar eu pude entrar, onde, de longe, eu já senti o cheiro da boa comida que ali ia provar. Ja estava desenhado na minha mente, o prato de cuscuz recheado com sarapatel, e pra esquentar a titela um copo de misturada, que também veio com buchada, enfeitando a tigela.
Depois de encher o bucho eu ainda fui à feira, onde lá eu encontrei uma grande animação, um sanfoneiro tocando forró para a moçada, ao seu lado uma cachaça, misturada com limão. Mais adiante ouvi um violeiro afinado, cantando muito repente e o embolador de lado fazia seu desafio, com um pandeiro na mão.
Depois de toda andança, precisei de um repouso, porém, antes de me recolher passei lá na igreja e ao Padre Cícero orei, pedindo com toda força para a boa energia eu manter, e que a graça do Senhor, possa a todos nós, não apenas do Sertão, proteger.
Esse é uma das poesias que compõe o livro "Canteiro da Poesia - poesias recheadas de amor", de minha autoria, lançado em 2021 e impreso pela Grafmarques.
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