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  • Santana do Ipanema, 22/09/2024
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Marcelo Ricardo Almeida

PEDAGOGIA COM PODCASTS

Foto: Entre_Humos por Pixabay
PEDAGOGIA COM PODCASTS

E a cada semana a crônica de novos escritores a convite da escola. E, assim, em Santana, a escola exercita pedagogia com podcasts, escritores, gramáticas, literatura e Suas Excelências Leitores.

Sem pressa nas praças, pula de galho o sagui, ri à vontade o bem-te-vi. Santana, cadê a praça daqui? Aves vivem de esmola; em toda rua se acham gaiolas e mais gaiolas. Praças são de pássaros e céus discos-voadores. O presente do indicativo segue chofer aplicativo; praça não há engraxate. Cigarra faz cada escolha, e formiga carrega folhas.

A transmigração dos sonhos representados na educação escolar vai mais longe com a leitura de Suas Excelências Leitores.

Há gramáticas, ao se estudar Travaglia, porque se encontra além da gramática teórica, que se associa aos  estudos linguísticos na busca de como a língua funciona, a gramática de uso que  se aproxima do discurso cotidiano, e também a velha gramática normativa cujos  estudos são voltados à norma culta da língua, ao padrão da língua sem se ater às variações linguísticas. 

No silêncio do universo, onde os astros navegam, misteriosas existências vivendo diferentes vidas feito vida diferente vive nesse mundo conhecido; e em Santana essa hora. Há bilhões doutras vidas vivendo vários mundos, diferentes mundos vivos como há minúscula vida nesse mundo conhecido; tantas vidas há por hora celebradas e esquecidas. “Importante é ser feliz” cantam as lavadeiras, enquanto roupas lavam num Panema imaginário onde só inexiste água, cantam as lavadeiras: 

“Tudo se justifica, “felicidade, “os dias e a vida, “felicidade, “no alimento e no sono, “felicidade, “na música e nas festas, “felicidade, “no trabalho e nas ruas, “felicidade, “no sol sobre as nuvens, “felicidade, “nas folhas das árvores, “felicidade.” 

Esperança por dias melhores. Encontra-se na profissão de educador a esperança por dias melhores. Apesar das estatísticas, no campo da escolha das profissões, demonstrarem haver pouca procura para exercer à docência; a sociedade reconhece que é o professor quem faz a diferença na vida social. 

Considerando a desmotivação salarial aos trabalhadores na educação, a longa jornada de trabalho e as atividades intelectuais que lhes exigem compromissos com a educação formal sistematizada exitosa, a esperança por dias melhores conduz os professores a seguirem ensinando.

E uma sociedade se faz com esperança por dias melhores. Cabe ao professor zelar pela aprendizagem do aluno e, assim, transformar a sociedade. Não pela exclusão ou evasão escolar; torná-la mais esperançosa. Ensinando haver esperança por dias melhores. 

Cada escola na cidade transmigra os sonhos; faz nas árvores folhas permitindo novos voos; todas as aves ganham; na cidade, cada escola evita desistências. Idas vão preencher mundos: livros. Escola cria asas; o livro sai de bibliotecas; vai, Livro, a essas casas. E tão somente a escola faz a vida ser mais lida. 

Velhos e novos escritores a convite da escola. Na crônica podcast, este mês de setembro em Santana, o escritor-matriz convidado a comentar acerca da literatura em seu conto “Um homem célebre”, usando, por exemplo, a teoria da recepção. 

Recepciona o podcast, na escola, a literatura pela análise dos receptores: 

Podcast: Relendo esse conto do mestre da intertextualidade nascido no Livramento e levado ao Cosme Velho. Considerado o nosso escritor-matriz. Machado, ao se considerar em seu conto que o compositor não é parte de uma das classes insuladas, Pestana é um trabalhador braçal ou um artista do povo? 

Machado: Esse é o tipo schopenhaueriano que sofre de infelicidade moral sem conserto nem concerto. 

Podcast: Frye, ao publicar “Anatomia da Crítica”, lembra que, na segunda parte ao escrever “Poética”, Aristóteles refere-se ao diferente nas diferenças de ficções literárias, e o diferente tem causa em personagens que, comparativamente, são melhores, piores ou iguais a gente. 

Machado: Isso? Ora soa a memórias póstumas, ora a fumus boni iuris porque onde há monturo há fogo. 

Podcast: Machado, suas “Memórias póstumas” querem ressignificar à volta à obsessão pela infidelidade ou – digamos assim: prototranscriação – pra desconstruir “Otelo” de Shakespeare? 

Machado: Talvez a explicação à prototranscriação que você se refere se encontra na pena da galhofa. 

Podcast: É verdade, Machado, que Capitu é filha da tinta da melancolia? 

Machado: Essa pergunta oblíqua iguala-se aos olhos de ressaca. 

Podcast: Machado, no superchat de Pastiche, que acompanha o podcast da semana, ele pergunta se o novo livro consegue ter os leitores de Stendhal. 

Os algoritmos sempre estão atentos. E Bricolagem manda like e comenta que o teatro é arte das artes graças à literatura. Paródia manda like e manda Pix, e quer saber por que usar mangações em quase todos os capítulos. Eufemismo, num superchat, pergunta se ler ou não ler?

Melhor desconfiar de eufemismos. Bauman e suas razões, porque a modernidade líquida autoriza deletar à vontade. 

Em literatura, fundamental é o que gira em torno da vida na escola em Santana. Questões circunstanciais em inúmeras possibilidades da memória afetiva, conforme demonstram os alunos no município.

Literatura como resultado de hipóteses às arbitrariedades do amanhã.

Em breve, poemas leves, Santana histórica e solar em poemas memóricos. 

Santana quadro a quadro como se acha no retrato, e se encontra na crônica Santana imagética de sol, páginas de tantos poetas; e ainda se ouve o cantar; é o carro de boi falando; ainda se escutam aboios nas serras em 

Santana; veja o Panema com água. Desde quando? Ouça o rio desde ontem; o rio passa em breves poemas leves. 

E os escritores não são os que escrevem, os escritores são os que leem. Na matéria-prima das metáforas, dos textos polissêmicos, as intertextualidades, a interdiscursividade, os gêneros, o conteúdo, a forma, a estrutura frasal, a morfossintaxe, a coesão, a coerência. 

Se a distância de Descartes é proporcional à aproximação à Idade da Pedra, alunos se reinventam nas diferentes ciências e nos livros se fortalecem. 

Hoje convidam às escolas santanenses os seus escritores. 

Sem pressa nas praças, pula de galho o sagui, ri à vontade o bem-te-vi. Santana,cadê a praça daqui? Aves vivem de esmola; em toda rua se acham gaiolas e mais gaiolas. Praças são de pássaros e céus discos-voadores. O presente do indicativo segue chofer aplicativo; praça não há engraxate. Cigarra faz cada escolha, e formiga carrega folhas.

E, assim, em Santana, a escola exercita pedagogia com podcasts, escritores, gramáticas, literatura e Suas Excelências Leitores.

Marcello Ricardo Almeida autor da peça de teatro "MARIA BALA" de 1984, e dos livros intitulados "NÃO" de 1988, e "AS RUAS" de 1992. 



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