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  • Santana do Ipanema, 11/03/2025
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Fábio Leite

Catadores de Recicláveis: o legado invisível no Carnaval

Durante essa celebração, uma das maiores manifestações culturais do país, o volume de resíduos gerados cresce de forma exponencial.

Foto: Divulgação
Catadores de Recicláveis: o legado invisível no Carnaval Catafolia 2024 – Bloco Acadêmicos do Baixo Augusta)

O Carnaval já passou, mas fica a reflexão sobre a importância dos catadores de materiais recicláveis, que desempenham um papel fundamental durante essa festa tão tradicional. Enquanto a folia termina e a alegria dá lugar à rotina, o legado desses trabalhadores permanece, marcado pela contribuição essencial à limpeza urbana e à preservação ambiental.

O papel dos catadores de materiais recicláveis nas festas de Carnaval no Brasil é essencial, embora nem sempre seja devidamente reconhecido. Durante essa celebração, uma das maiores manifestações culturais do país, o volume de resíduos gerados cresce de forma exponencial. Nas ruas, após a passagem dos blocos, ficam toneladas de latas de alumínio, garrafas PET, copos plásticos, papéis e outros materiais descartáveis, e é justamente aí que entra a atuação incansável desses trabalhadores. Eles recolhem, separam e destinam corretamente esses resíduos, evitando que acabem em lixões ou aterros sanitários, contribuindo diretamente para a preservação ambiental e fortalecendo a economia circular.

Além do impacto positivo sobre o meio ambiente, essa atividade representa uma importante fonte de renda para milhares de famílias brasileiras, especialmente em um período em que a movimentação de pessoas e o consumo aumentam consideravelmente. Muitos catadores se organizam individualmente ou através de associações e cooperativas, criando estratégias para otimizar a coleta e comercialização dos materiais recicláveis. No entanto, apesar da relevância de sua contribuição, esses trabalhadores ainda enfrentam muitos desafios. A falta de reconhecimento é um deles, agravada pela ausência de políticas públicas eficazes que garantam condições dignas de trabalho, como o fornecimento de equipamentos de proteção individual (EPIs), locais adequados para triagem e apoio logístico.

Outro obstáculo significativo é a falta de consciência de parte da população quanto à separação adequada dos resíduos, o que dificulta a coleta seletiva e expõe os catadores a riscos à saúde. Além disso, a precariedade da infraestrutura para a reciclagem em algumas cidades compromete a eficiência do trabalho, reduzindo a quantidade de materiais reaproveitados e aumentando o desperdício.

Em Alagoas, esse cenário não é diferente. Na capital Maceió e em cidades do interior como Arapiraca, a presença dos catadores nas festas de Carnaval é fundamental para a limpeza das ruas e a destinação correta dos resíduos recicláveis. Em muitos casos, são eles que garantem que uma parte significativa desses materiais seja reaproveitada, reduzindo o impacto ambiental do evento. Há, contudo, um esforço crescente para estruturar a coleta seletiva e fortalecer as cooperativas, ainda que muito precise ser feito para melhorar as condições de trabalho desses profissionais.

Valorizar o trabalho dos catadores é reconhecer sua importância como agentes ambientais e sociais, essenciais para a sustentabilidade de eventos de grande porte como o Carnaval. Investir em políticas públicas de apoio, capacitação e estruturação do setor de reciclagem é crucial para que eles possam desempenhar essa função em condições mais seguras e justas. Somente assim será possível construir uma sociedade mais responsável, que respeite tanto o meio ambiente quanto aqueles que trabalham para preservá-lo.



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