Fábio Leite
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Poluição Plástica: O Desafio Ambiental do Século e as Ações para Combatê-la
As principais causas dessa poluição estão relacionadas ao consumo excessivo de produtos descartáveis
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A poluição plástica é um dos maiores desafios ambientais do século XXI, afetando ecossistemas terrestres e aquáticos em escala global. O tema do Dia Mundial do Meio Ambiente da ONU deste ano reforça a necessidade urgente de combater essa crise, promovendo alternativas sustentáveis ao uso excessivo do plástico e incentivando práticas de consumo responsáveis.
Os números relacionados à poluição plástica são alarmantes. Globalmente, estima-se que mais de 400 milhões de toneladas de plástico sejam produzidas anualmente, com grande parte desse material indo parar em aterros sanitários, cursos d'água e oceanos. No Brasil, aproximadamente 3 milhões de toneladas de plástico são descartadas de forma inadequada todos os anos, contribuindo para a contaminação do meio ambiente. Em Alagoas, a situação também preocupa, especialmente em regiões litorâneas e no sertão, onde a infraestrutura de gerenciamento de resíduos enfrenta desafios significativos.
As principais causas dessa poluição estão relacionadas ao consumo excessivo de produtos descartáveis, à falta de políticas públicas eficientes para o manejo adequado dos resíduos e à baixa conscientização da população sobre a importância da reciclagem. O plástico, devido à sua durabilidade e baixo custo, tornou-se onipresente na sociedade moderna, mas sua degradação no meio ambiente pode levar séculos, gerando impactos severos para a fauna e a flora.
Os prejuízos são vastos. Nos oceanos, milhares de espécies marinhas ingerem fragmentos de plástico, causando intoxicação e morte. Além disso, os microplásticos já foram detectados em cadeias alimentares humanas, aumentando preocupações sobre seus efeitos na saúde. No Brasil, rios e córregos estão cada vez mais contaminados por resíduos plásticos, o que compromete a qualidade da água e eleva os custos de tratamento para consumo.
O descarte irregular de plásticos no sertão alagoano representa um grande risco ambiental, pois esses resíduos podem ser carregados pelas chuvas para córregos e rios menores, que, por sua vez, deságuam no rio São Francisco. Esse transporte contínuo de poluentes faz com que toneladas de plásticos acabem chegando ao oceano, agravando a crise da poluição marinha. Esse fluxo ininterrupto de resíduos reforça a necessidade de ações preventivas e educativas para reduzir a poluição plástica na origem e impedir que o problema se espalhe para outras regiões.
A escassez de infraestrutura para a destinação correta dos resíduos e a dificuldade de acesso a iniciativas de reciclagem tornam o problema mais complexo e desafiador no sertão alagoano. No entanto, iniciativas locais vêm buscando alternativas viáveis, como parcerias para a destinação adequada de resíduos e campanhas educativas voltadas para comunidades rurais.
Diante desse cenário, diversas iniciativas estão sendo implementadas para mitigar o problema. Em nível nacional, leis que restringem o uso de plásticos descartáveis e promovem a economia circular estão sendo debatidas. Em Alagoas, projetos voltados para a educação ambiental e a reciclagem vêm ganhando força. A Prefeitura Municipal de Santana do Ipanema tem se destacado com ações inovadoras, como o "Projeto Menos Plástico" e o programa "Recicla Santana".
O "Projeto Menos Plástico" consiste na mobilização da comunidade escolar para a coleta desse tipo de resíduo, promovendo a conscientização sobre o descarte correto e a importância da reciclagem. As escolas que mais coletam proporcionalmente recebem premiações, incentivando a participação ativa dos alunos. Todo o material arrecadado é encaminhado para a Associação dos Catadores de Materiais Recicláveis de Santana do Ipanema - Recicla Santana, fortalecendo a cadeia de reciclagem no município.
O programa "Recicla Santana" é responsável pela implantação da coleta seletiva no município, realizada pela Associação de mesmo nome. Além de garantir a destinação correta dos resíduos sólidos, este projeto cumpre a legislação federal, reduz custos com transporte de resíduos e promove a inclusão social dos catadores, gerando renda e incentivando a economia circular.
Além disso, a realização de palestras em escolas públicas e privadas, por meio do “Projeto Aula Verde”, tem desempenhado um papel fundamental na conscientização das novas gerações, enquanto mutirões de limpeza no Rio Ipanema, no Riacho Camoxinga e na Represa Isnaldo Bulhões ajudam a remover toneladas de resíduos plásticos do meio ambiente. Essas ações demonstram que, com mobilização e engajamento, é possível reduzir significativamente os impactos da poluição plástica.
A luta contra a poluição plástica exige a participação de todos. Pequenas atitudes cotidianas, como evitar o uso de plásticos descartáveis, separar resíduos para reciclagem e apoiar projetos ambientais, fazem a diferença. A conscientização e o engajamento da sociedade são fundamentais para garantir um futuro mais limpo e sustentável. O desafio é grande, mas com esforços conjuntos, podemos transformar essa realidade.
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